quarta-feira, 21 de abril de 2010

E se meus versos fossem flores?



E se meus versos fossem flores
Você as colheria?
Mas e se ao contrario, fossem dores
Você de mim arrancaria?

Se o vazio fosse meu nome
Você o preencheria?
E se as portas da mente tivessem fechadas
Você as abriria?

Um rosa sem cuidado eu sou
Num andarilho sem direção
Você me transformou

Se meus sentimentos fossem bons
Você os provaria?
Mas se a beira da morte eu estivesse
Você me esqueceria?

Se meu coração eu te desse
Você o aceitaria?
Mas se teu coração eu pedisse
Você me daria?

Um lírio sem perfume eu sou
Numa fera sem as presas
Você me transformou

E se meus versos fossem flores?
Algo entre nós mudaria?

Joyce Marins

Desamparo


Com um olhar longínquo ao meu
Por detrás das curvas de um outro corpo você se escondeu
Se soubesses como dói não saber o que virá amanhã
Se soubesses como dói não saber o gosto da maçã

Abandonei o meu medo e apeguei-me ao teu
Procuro felicidade mas o meu céu já escureceu
Do som que sai dos teus lábios almejo satisfação
Mas cada vez que ouço-lhe me percebo no vazio do coração

Agora, só peço que não me digas adeus
Preciso do amparo dos braços teus
Necessito da força tua e do teu olhar

Preciso-te, vem me amparar

Joyce Marins

sexta-feira, 16 de abril de 2010

Brilho estrelar


Se minhas estrelas aqui no nosso céu já não brilham
Não importa-te com isso
Procurarei outro nas quais elas prossigam

Se minhas flores aqui no nosso jardim já nãos exalam seus perfumes
Esqueça-te desse pequeno erro
Que irei atrás de outro para que elas voltem a te fazer feliz

Se meus pássaros aqui em nossas árvores já não cantam
Voe você também para uma outra árvore
Pois é isso que farei quando não suportares mais meu canto

Ande sem parar, sem pensar, sem chorar
Não me procure no passado, pois só no futuro vai me achar
Serei um quadro abstrato na qual o significado só o autor saberá

Já não preciso das estrelas para lembrar-me do teu brilho
Mas ainda preciso de ti para lembrar-me do brilho das estrelas

Joyce Marins

sexta-feira, 9 de abril de 2010

Meu horizonte


Você, você seria o meu horizonte?
Lugar onde o céu encontra com o mar
Lugarejo pra onde eu olho querendo te avistar

Martelei a cabeça, mas nada do que procurava encontrei
Descobri que o melhor de mim contigo deixei

Permaneço sem horizonte
Pois não há lugar que eu encontre
Um amor tão pleno como o teu
E agora no meu peito a solidão bateu

Meus limites acho que encontrei
Meu refúgio, esse já não sei

Meu horizonte, que é ponte, e fonte
De desejo, do teu beijo
Que é segredo entre o medo
Mas esqueça de tudo, venha, e me encontre
Nesse tão nosso horizonte

Joyce Marins