segunda-feira, 18 de julho de 2016

Abrigo


Vou rasgar essa vontade que me rasga
Serei eu a dar os passos que quero
Queimarei a sensação que me queima como brasa

Vou andar entre as ruinhas e me entregar a cada olhar
Serei eu a clamar pelos olhos e lábios
Sucumbirei ao desejo quando esse me alcançar

Vou teimar contra a força absorta nesses braços
Serei eu a dar o sim ou o não, talvez o nunca
Lutarei pelo meu orgulho e esbravejarei no cansaço

Vou
Eu sei que vou
Vou sim
Vou porque é preciso
Serei e serei
Serei ainda mais
Serei pelas outras que não foram, que não puderam ser
Queimarei
Sucumbirei
Lutarei
Pois este é meu templo, meu corpo, meu abrigo




Joyce Cordeiro de Marins

quinta-feira, 3 de março de 2016

Hope


Como dói, menininho, o peito dessa moça
Como choram meus olhos ao teu adeus
Como podes abandonar-me neste mundo frio

Eu sonhei que eu era teu alento
Que tu miavas perto dos meus ouvidos
Pra que eu te acolhesse na cama quente...

...Que hoje já não é tão quente
Fria, digo eu com o coração preto de saudades de ti
Meu amarelo, minha esperança, meu amigo


J C de Marins