domingo, 6 de novembro de 2011

Dorido




E o meu coração ébrio de tanto amor
Chora e implora por consolo
Onde só em teus possíveis braços pode encontrar
Devaneio enaltecido pela emoção de estar em ti

Carpe diem, sim, cante a vida
Aproveite o dia
Viva o momento
Que só em ti eu permaneço viva [para tocar cada andamento

Que o eflúvio de teu perfume
Emulando meu coração a pulsar cada vez mais forte
Fico tentada a abraçar a morte

Essa que será menos dolorosa
Do que apenas te amar de longe
E do meu jeito

Joyce Marins

domingo, 23 de outubro de 2011

Varal



Sinto meus pés longe da realidade
Sinto meus pensamentos soltos em órbita
Onde andará o elo que havia entre nós

Por onde voa nossa força e encanto

Penso nos caminhos que por nós foi trilhado
Lembro das tardes e noites onde vivíamos de maneira intensa
E hoje o que se passou?
Não encontramos o mesmo ânimo de ontem

Não me diga que foi por falta de aviso, paixão
Disse-lhe há tempos atrás que era preciso cuidar
Cuidar do que havia entre nós, mas foi vão
Não ouviu minhas súplicas, agora é tarde

Tarde para ir atrás do que hoje está perdido
E que com o vento se foi
Foi com o vento da chuva de hoje cedo
Que molhou nossas brigas no varal

Joyce Marins

domingo, 16 de outubro de 2011

Como um



Suba, voe ao encontro deste sentimento nobre
Ouça a canção do adeus
Para que alegre-se quando ouvirdes num futuro próximo
A canção da chegada

Corra, enlace o nosso amor em mim
E cante nossas glórias do pretérito
Busque na saudade motivos para vencer a dor da ausência
Dor essa que me arremata o coração

Ouça, olhe para o céu que hoje resolveu
[Sorrir para nós
Limpe tuas lágrimas com os meus anseios
Esses são o de um dia te ver voltar aos meus braços

Cante, sorria quando tudo parecer recriminar-te
E lembre-se de um coração que bate pelo teu
E que só vive, num regressar, para que um dia possa viver
A bater somente como um

Joyce Marins

domingo, 31 de julho de 2011

Pipa



O vento acaricia minha pele
E te imagino, e te vejo, e te quero
Quero como um garoto quando solta pipa
Empina, empina e ensina

Ensina aos mais velhos que o tempo passa
Mas não consegue nos levar com ele
Pois lá está o garoto adulto
Empinando sua pipa, sua vida

Lá vai ele correndo, ele e a pipa
Sua eterna companheira nos sonhos e amizades
Sua amiga, sua amante e seu devaneio
Corre e dança e brinca e brinda

O garoto e a pipa, eu e você
Juntos por um fio, guiados pelo vento
Amantes do retorno, do entorno e do prazer
Caminhando e fazendo o amor acontecer






Joyce Marins

domingo, 3 de julho de 2011

Ponte




Voe em minha direção
Cante nossa velha canção
Fique ao meu lado para que eu possa te entender
Caminhe comigo, preciso de você

Viaje nas lembranças ao meu lado
Retome o nosso conto alado
Busque a verdade pequena e incerta
Alce vôo e acione o botão de alerta

Cante comigo como se fossemos os últimos do mundo
Vamos celebrar o nosso amor no rio mais profundo
Olhe o nosso céu e a nossa linda Lua
Procure em meus olhos a emoção nua

Rasgue as cartas que contam o passado
Voe comigo para o meu castelo animado
Atravesse a ponte que te separa do meu coração
Ande para o futuro e não perca a lotação (aquela que te levará para o castelo animado)

Joyce Marins

domingo, 15 de maio de 2011

Como um Albatroz



Aqui estou eu, rogando por tua atenção




Mais uma vez




Quero que me ouça sem contradição




Faça-se como outrora se fez








Olhe os pássaros na varanda




Ouça o que eles cantam para nós




Mais parece uma ciranda




Dance, mas use apenas a voz








Corra ao longo da minha estrada




Venha, me dê tua mão




Sinta o calor da nossa morada




Nosso amor não é vão








Olhe no alto, onde estão as estrelas




Quero que escolha várias




Para que possamos libertá-las ao invés de prendê-las




Quero fazer ações contrárias








Esteja comigo aonde eu for




Almejo um futuro lindo para nós




E espero que lhe dê valor




Quero que voe como um Albatroz












Joyce Marins




domingo, 24 de abril de 2011

Meus pássaros




Que me voltem as canções de outrora
Que me levem embora os pássaros da aurora
Cantem minhas lembranças
Dancem as lindas crianças


Corra de mim a música pronta
Vá ingrata que me afronta
Vá solidão injusta e morta

Vá que a tua ausência me conforta



Andem minhas ilusões atormentadas
Voem e cantem desesperadas
Voem que quero compor em paz
Quero viver só, com ninguém mais



Joyce Marins

sexta-feira, 8 de abril de 2011

07 de Abril



E na fatídica manhã do 7° dia
O chorarzinho tomou de conta dos rostos
Das intocáveis criaturas
Que foram lavadas
E purificadas
[Pela água vermelha que lhes cobria a alma

Joyce Marins

(Pelas almas que hoje resguardam na paz do Senhor)

domingo, 13 de fevereiro de 2011

Vento e carnaval






Caminho ao teu lado
Sem medo, sem pretensão
Te dou um olhar brado
Um beijo, minh’atenção

Desvio-te da amargura
Da minha loucura
Do vento
mal

Cativo-te a insanidade
Tiro tua liberdade
De festejar o carnaval

Canto bem do teu lado
Faço carinho contagioso
Do teu agrado
Sussurro bem perigoso

Envio-te mensagens pelo ar
Preciso de tua força de teu amar
Sou verdade não dita, sou não
real



Viro-te pelo avesso
Pago o preço
De ser uma simples mortal

Joyce Marins

Horas e vem e vais


Escrevo em horas vazias
Em horas tardias
Em horas formosas

Sossego em horas normais
Em horas fatais
Em horas amorosas

Brinco nas horas vagas
Nas horas amargas
Nas horas impetuosas

Amo nas horas erradas
Nas horas marcadas
Nas ruas e temporais

Joyce Marins

sábado, 5 de fevereiro de 2011

Longas diretrizes


Quero chorar, mas o teu sorriso não permite

Penso em aumentar os meus passos para alcançar os teus

Toco os teus pensamentos mas não escuto os meus

Quero percorrer o caminho que se omite


Vou fazer as malas, talvez ir seja o bastante

Mandarei para outro mundo os meus planos

Preciso desemtupir minhas ideias e os canos

Tenho que desplanejar cada instante


Serei só eu e meu regresso

Caminha eu e a solidão

Descansa eu e o coração

E pelo o resto não me interesso


Quero que seja lento o regressar

Que seja duradouro

Eterno será o meu caminhar


Gosto do que me dizes

Só não gosto do seu "não"

Deixe que sigo pelas suas longas diretrizes


Joyce Marins


quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

Gavetas


Embrulhei e as pus em meio as gavetas
Separei com cuidado, recolhi as gorjetas
Sentei no único degrau das escada
Cochilei, e sonhei com a tarde passada

Levantei, sorri e cantei sozinha
Calei, e catei a esperança com uma pequena pazinha
Podei as ervas daninhas
E joguei-as nas gavetinhas

Colhi meus frutos em forma de espiral
Rezei, e observei uma longa catedral
Olhei os pássaros na varanda, e sentei
Sequei as lágrimas, meus olhos fechei

Deitei no chão vazio e encerado
Caiu eu e minhas gavetas lado a lado
Perdi as forças para levantar e permaneci ao chão
Procurei minha humanidade, mas haviam gavetas no lugar de um coração

Joyce Marins





domingo, 2 de janeiro de 2011

Trilha e mar


Peço sua ajuda para velejar

Mas fique de longe

Quero apenas teu olhar


Finja de verdade a todo instante

Pra eu poder viver em paz

Quero um sorriso constante


Siga meus passos de leve

Permaneça do meu lado

A sua presença você me deve


Trilhe nossas estradas e moradias

Cante nossas canções prediletas

E me abrace enquanto rias


Mas que seja verdadeiro

Ao encanto da manhã

Ao certo, marujo e marinheiro


Joyce Marins