sexta-feira, 18 de outubro de 2013

Como pássaro




Foi naquele bater de asas que lembrei
Lembrei da vida que tive presa nos passos
Nos passos do tempo que envolveram-me em laços
E em laços fortes e não afrouxados, eu me arrepiei

Minhas penas eriçaram ao lembrar da prisão
Prisão sentimental e de puro mau gosto
Gosto de dor, de dor que não se apaga, que marca no rosto
Rosto desfigurado e tragado pela desilusão

Desilusão que graças aos Céus foi dissipada
Hoje sigo sozinha e amada
Amada pelo vento

Vento que me traga
Vento que impulsiona minh’asas
Vento que sopra que gela que leva e assopra você


Joyce Cordeiro

sexta-feira, 3 de maio de 2013

Tradição mulata



Com o canto das aves vem o teu cheiro
Recordar nossos votos e o beijo primeiro
Na noite das emoções vou cantá-la
A música do sonho, minha mãe senzala

O sangue negro que corre na veia fina
Lembra o sofrimento e quando fui menina
Louvo ao Pai dos negros, dos brancos, da raça
Grito aos quatro ventos: sou mulata

Mãe negra, pai branco, coração pulsante
Vibra o tambor da minh’África, eu danço
Soa-me a música branca, eu canto

Joyce Marins