segunda-feira, 19 de fevereiro de 2018

Somos casa



Casa onde todas as dores se dissolvem
Afago que realinha os sentimentos
Esconderijo dos que procuram calor
Às vezes apertado, às vezes apressado
Mas sempre um vislumbre do amor
É lá onde os segredos se guardam
Onde as carícias se eternizam
Forma de compactar as emoções
Cuidado dos que zelam com carinho
Ato que embeleza o caminho
Dos que na vida nada tiveram

O ser todo completo 
E o corpo todo repleto
Da graça em te ter 
No teu poderoso abraço


Joyce Marins


domingo, 18 de fevereiro de 2018

Castigo









Por que, anjo?
Por que apareceste assim?
Quando já não tenho espaço em mim
Quando já não sou eu mais quem mando

Poderia eu pedir que tu partisse?
Que fosses para longe
Onde, de mim, a dor se esconde
Onde o caminho a dois já não existisse

Sofro em saber que me tens sem me ter
Que te pertenço sem me pertencer
Sofro porque sabes quem sou
E sabes até do que não sei

Ó, anjo
É triste o ocaso sem tua presença
Mas sou fraca demais para ter a crença
De que um dia te amarei como mereces


Joyce Marins