domingo, 18 de novembro de 2012

Terceto nominal



Meu nome dirá quem eu sou
Meu nome dirá o que fazer
Me levará até você

Joyce Marins

Velório



Sono que amança minha visão
Cor imensurável do amor que poupa a razão
Fonte de luz
Ponto de cruz

Força interior que me consome
Labirinto de mil saídas que me come
Come a alma
Come a calma

Xadrez onde eu sou Rei
"Se esconde que te acharei"
No vácuo da solidão
Perdida na órbita do caixão

Joyce Marins

Sonho de moça



Quando as manhãs surgem
Os primeiros raios de Sol lembram você
Com seu sorriso lindo
A me iluminar

Quando chega a tarde
Minhas aspirações se concretizam
Você chega e traduz o desejo que também sente
No teu olhar

Botei minha mão no fogo
Por você
Joguei meu nome ao vento
Só pra te ter

Não posso esperar mais
Nem um só segundo
Quero te ouvir cantar, te agitar
Quero ser e colorir teu mundo

Joyce Marins


Ser saudade


Usa teu lenço pra secar meu pranto
Homem das faces cor de oliva
Usa teu galanteio pra conseguir meu canto
Senhor das várias noites que me queres furtiva

Pr'onde vai Gato de botas se não pro quarto meu?
Vai seduzir outra donzela pro teu corpo acalantar
Pr'onde vai menino moço que se perdeu
Vai pr'outro canto pr'outro corpo encontrar

Ao se encontrar com esse corpo o meu esquecerá
Pode ir pelo mundo inteiro
Que a mim nunca vais achar

Siga seu ser-metade
Vá ligeiro e com vontade
Com saudade se encontrar

Joyce Marins

Inversões







Quando se constrói a casa na rocha
Nada lhe derruba
Que venha o vento
O sol
A chuva

Quando se cultiva as flores no jardim
Nada as machuca
Que venha o vento
O sol
A chuva

Quando se guarda o amor apenas para si
Ele mesmo se destrói
Não é preciso o vento
Sol
Nem chuva

Joyce Marins

Por nomes possessivos


O vento que sopra meu rosto
Traz na doçura do toque gentil
A lembrança tua

A chuva que tem o sabor do teu aroma
Me recorda a tua estadia
No peito meu

O fogo meu novo amigo
Me presenteia com árdua paixão
Na glória tua

E a terra traduz a noite em
Que nossos corpos se abrasaram
[No devaneio meu

Joyce Marins